Arte Indiana: principais características
O mundo Oriental apresenta diversas características culturais muito diferentes das Ocidentais. A Índia é conhecida pela grande devoção e religiosidade de sua população, bem como pelos suntuosos palácios.
Características da arte indiana
Os indianos representam um povo muito conhecido por sua cultura, vestimentas e arte. A grande maioria é praticante do hinduísmo, a terceira maior religião do planeta, com cerca de um bilhão de fiéis. A origem do termo “hindu” é persa e refere-se aos povos que viviam no subcontinente indiano.
Como a Índia é intimamente ligada à religião, grande parte da produção artística do país aborda o tema. Os hindus acreditam em diversas divindades e creem que elas fazem parte do cotidiano. Assim, o principal tema da arte religiosa indiana é o universo.
Eles têm a crença de que, ao produzir uma escultura de suas divindades, a energia sacra lá estará, embora o espírito não tenha forma. A relação com as esculturas é considerada muito especial.
Isso porque ao contemplar a imagem de uma divindade, acredita-se que o espectador recebe um pouco da essência e poder do deus em questão. Os hindus acreditam também que a caridade traz mérito espiritual. Por isso os fiéis fazem doações para as divindades caso seus pedidos sejam realizados.
Por tratar do tema central que é o universo, logo ficam evidentes os desdobramentos da arte indiana. A estética indiana, por exemplo, é pautada em três pilares: os sentidos, as emoções e os espíritos. A arte indiana funde a carne ao espírito, sempre homenageando suas divindades, e a linguagem das obras produzidas contempla formas humanas e símbolos.
Arquitetura indiana
A arquitetura indiana tem suas particularidades.
Alguns templos, como o Templo Kandariya Mahadeva que teve sua construção iniciada pelo rei Chandela Vidyadhara no século X, apresenta muma perspectiva muito bem pensada, de modo que pareça maior do que de fato é. Possui, pela extensão de suas paredes, inúmeros entalhes, muitos deles com temas eróticos, representando divindades e suas companheiras.
Uma obra emblemática da arquitetura indiana é o famoso Taj Mahal. Todavia, a construção não tem relação alguma com o hinduísmo. Construída entre os anos 1632 e 1653, apresenta arquitetura maometana (ou seja, de seguidores do islamismo).
O imperador Shah Jehan, após sofrer o luto de sua esposa, tornou-se um verdadeiro entusiasta da arquitetura, pois acreditava que os monumentos poderiam sobreviver às ações do tempo e estariam além da fragilidade humana.
O templo é constituído pela tumba de Mumtaz Mahal, que ostenta uma cúpula de mármore branco. Além disso, conta com mesquitas e torres. O imenso jardim é organizado em diversos canais, possuindo avenidas arborizadas e inúmeros canteiros de flores com fontes, bem como um reservatório de água construído em mármore
O budismo na arte indiana
Em tempos mais remotos, por volta de 250 a.C, o budismo era predominante. Os imperadores passaram a financiar as obras, como o rei Asoka.
A construção mais comum e usual da época são as stupas, que consistem em templos pequenos construídos sobre os restos mortais e que têm a função de guardar relíquias dedicadas a Buda.
Os Chaityas, também construídos em larga escala, são salas de oração e/ou santuários que possuem um altar ao fundo.
A partir do século V, no entanto, o budismo apresentou um decréscimo em seu séquito de seguidores, dando lugar ao jainismo e ao hinduísmo. Logo, a influência destas religiões seria misturada à do budismo, criando um novo modo de constituir a arquitetura indiana.
Esculturas na arte indiana
Quanto à escultura, recentemente têm sido encontrados vestígios e objetos que datam de 3000 a.C, com figuras e estátuas em mármore, em terracota e louças. Esses objetos abordam especialmente temas como deusas nuas e animais. Selos em louça e marfim com estampas de animais também foram descobertos.
Outra obra de grande relevância é a escultura em bronze do deus Shiva Nataraja. Considerada a divindade da regeneração e da destruição, é o deus do paradoxo. Apresenta diversas manifestações, sendo que o a do senhor da dança é a mais popular.
A obra representa uma dança de alegria no centro de um círculo constituído por chamas, as quais os fiéis acreditam ter poder purificador e que simbolizam a criação e a perpetuação do cosmos.
Sob o pé direito de Shiva, encontra-se o corpo esmagado de Apasmara, um anão que, na mitologia hindu representa a personificação demoníaca da mentira e da ignorância. Enquanto isso, seus cabelos emaranhados aparentam movimento, o que reforça a ideia de que ele está dançando.
Seu semblante aparenta tranquilidade e ele é retratado como um deus belo. É interessante observarmos que sua expressão tranquila contrasta com toda a força do movimento da dança que a obra apresenta.
Outras manifestações artísticas indianas
Além da escultura e arquitetura, a cultura indiana possui uma vasta gama de produções artísticas em forma de desenhos, pinturas e música.
As manifestações artísticas indianas nos revelam uma arte majoritariamente sacra, já que em sua maioria é dedicada à religião e à espiritualidade. Como creem que a divindade está presente nas esculturas, o acervo é muito vasto e rico, o que é muito belo e nos leva a reflexões importantes.
A arte indiana, portanto, faz a rica tentativa de enxergar o que é invisível a fim de transcender a realidade divina.